OS FRUTOS DA INFORMALIDADE
O mercado de trabalho informal continua a crescer na Região Metropolitana de Belo Horizonte apesar do aumento no número dos trabalhadores com carteira assinada, divulgado pelo governo. De acordo com pesquisas, no último ano, mais 17 mil pessoas apostaram na sobrevivência no trabalho sem carteira assinada, formando 532 mil ocupados na informalidade.
Foi o que aconteceu com Maria de Fátima Ferreira Campos de 53 anos, mãe de sete filhos e avó de seis netos, casada com o aposentado Sr. Manoel Ferreira Campos de 60 anos, há três anos eles começaram a vender “espetinhos de carne” para complementar a renda familiar, depois que o marido aposentou. O casal que mora no bairro Maria da Conceição em Contagem se deslocam diariamente até o local de trabalho, que fica na Rua Úrsula Paulino, no Bairro Betânia em Belo Horizonte. Eles vendem por dia até 100 “espetinhos”, a R$ 2 cada. “Só trabalho com carne de primeira”, enfatiza Maria de Fátima.
O casal decidiu ir para a rua vender churrasquinhos e garantir o complemento da renda do marido que já chegou a ser encarregado de uma grande mineradora em Nova Lima, mas com o passar dos anos a aposentadoria veio perdendo alguns benefícios, fazendo com que pessoas que já estão aposentadas voltem ao mercado de trabalho para complementar o beneficio, sendo impossível manter o padrão de vida que tinham antes de aposentar. “Dá pra sustentar a família com o que ganho aqui e deu até para eu comprar o meu carro zero”, comemora Maria de Fátima.
Segundo ela, o valor retirado mensalmente nas ruas com a venda dos espetinhos é muito maior se trabalhasse de carteira assinada, e que mesmo em tempo ruim, consegue vender no mínimo R$ 4 mil por mês, trabalhando de Terça a Sexta. Ela ainda conta que estudou somente até a 3ª série e acredita que dificilmente teria boas propostas de trabalho. “Iriam me oferecer no máximo um salário mínimo, por isso eu prefiro estar no mercado Informal. Só me preocupo e com o futuro por isso vou começar a recolher o INSS como garantia para a minha aposentadoria”, conta satisfeita e ciente dos seus deveres.
Fotos,video e Reportagem: Jornalista Luciano Teixeira
segunda-feira, 13 de abril de 2009
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